Moçambicanos devem manter fé e esperança
Através das vossas mensagens, soubemos que Mabalane registou muitas realizações, mas ainda estamos longe de atingir a meta. Soubemos que se preocupam e estamos todos preocupados com os ataques da Renamo, mas devemos defender a paz o máximo possível, dialogando sobre a unidade e a
por : Brígida da Cruz Henrique/Moçambique
paz, e nunca recorrer ao bastão “nduku” ou “txigomba” “xiboko”, para ultrapassarmos as nossas diferenças. Devemos, sim, nos debruçarmos sobre esse bem imensurável todos os dias, na família, no cal de trabalho… o diálogo é para dos; é responsabilidade do governo, por isso está em negociações com a Renamo”, iniciou assim o comício em Mabalane, orientado pelo Presidente da República, Armando Guebuza.
“Mabalane fica a norte da província de Gaza, numa superfície de 9.580 quilómetros quadrados, com 32.752 habitantes, densidade populacional de 3,4 habitantes por quilómetro quadrado, de acordo com o censo de 2007. O distrito é composto por três postos administrativos, por sua vez, com 10 localidades. A actividade predominante é a agro-pecuária.
Mabalane faz fronteira com Chicualacuala, a norte e leste com o distrito de Chigubo, a sudeste com o distrito de Guijá, a sul com o distrito de Chókwè e a sudoeste faz limite com o distrito de Massingir. É naquele distrito que a população, na sua mensagem, encorajou o governo a prosseguir, com da a paciência, com o diálogo que vem mantendo com a Renamo, desde o ano passado.
Depois de repudiar veementemente os ataques armados da Renamo, a população de Mabalane, representada pelo líder Filipe Joshua, pediu o fim imediato das mortes e destruição de bens.
“A guerra terminou em 1992 e houve eleições em 1994. Temos vindo a trabalhar com afinco, para melhorar as nossas condições de vida e, por conseguinte, desenvolver o país, e não queremos regredir”.
“Eu perdi toda a minha família numa única bala. Vivi o espectro da guerra. Sei o que é isso, por isso, basta de destruições. Crescimento, desenvolvimento e bem-estar é, hoje, a palavra de ordem em Mabalane”, afirmou, por seu turno, Abel Chaúque, um dos 10 cidadãos convidados a falar.
“Não importa o tempo que o diálogo durar. Só queremos que haja resultados positivos, que conduzam ao fim das hostilidades”, concluiu Filipe Joshua, líder comunitário.
Depois de agradecer pelas realizações alcançadas e pelo impacto dos sete milhões de meticais em Mabalane, bem como reagindo à mensagem da população, o Presidente da República, Armando Guebuza, assegurou que o governo continuará a dialogar com a Renamo, "para levála a compreender que o país quer a paz para poder continuar a desenvolver”, anotou o Chefe do Estado, instando, entretanto, a população a privilegiar, em todos os momentos da sua vida, a unidade entre os cidadãos a todos os níveis, em defesa da paz, condição primordial para o desenvolvimento do país.
“A unidade é algo sobre a qual devemos nos debruçar, pensar, construir e cultivar em todas as circunstâncias, na família, no local de trabalho e organizações sociais. Os moçambicanos devem estar unidos, como se unem as famílias quando um membro contrai matrimónio”, observou o Presidente da República, acrescentando que Moçambique independente surgiu por causa da unidade, a unidade de todos os moçambicanos, por isso, “continuaremos, no máximo, a dialogar em prol da paz e da tranquilidade nacional”.