M’SAHO 2017 COM MAIS DE 40 MIL ESPECTADORES
A vila municipal de Quissico, no distrito de Zavala, parou no último fim-de-semana para acolher a 23.ª edição do Festival da Timbila, o M’saho 2017, um evento que juntou mais de 40 mil espectadores vindos de todos os cantos do país.
No palco perfilaram vários grupos de timbila do distrito de Zavala, ngalanga, Grupo Cultural do ISARC e das Forças de Defesa de Moçambique, estes dois últimos vindos da capital do país.
O evento foi dirigido pelo governador de Inhambane, Daniel Chapo, que na ocasião defendeu que o M’saho, promovido anualmente pelo Executivo local, deve ser visto como uma marca da Terra de Boa Gente. “O Festival da Timbila, cuja realização testemunhamos desde o ano de 1994, ocorre dentro dos esforços do Governo moçambicano no âmbito da preservação de hábitos e costumes típicos dos moçambicanos e que nos identificam como um povo no contexto das nações”, referiu Daniel Chapo.
De acordo com o governante, o Festival da Timbila, edição 2017, é realizado numa altura em que se questiona a eficácia dos métodos aplicados para a preservação do mwendje, árvore que fornece a madeira para o fabrico deste instrumento musical tradicional e que se encontra em perigo de extinção. “Portanto, é necessário que os intervenientes, a todos os níveis, reflictam e encontrem soluções para a disseminação e preservação desta planta na nossa província”, desafiou o governador. Num outro desenvolvimento, Chapo saudou a população da vila de Quissico pela passagem do 45.º aniversário da vila, que coincidiu com a realização do M’saho 2017. “Por esta ocasião, queremos felicitar os residentes, os comerciantes, o Governo Distrital e Municipal, em particular, pois acompanhamos a evolução da vida social e económica da vila, reflectida na construção e reabilitação de várias infra-estruturas sociais e económicas”, saudou o governador.
Por sua vez, Anifa Hassamo, directora-adjunta da Direcção Provincial da Cultura e Turismo de Inhambane, disse aos participantes que o Governo irá continuar a promover o turismo cultural, como forma de atrair mais turistas.
Para alguns espectadores presentes no Festival da Timbila, o M’saho deve ser uma marca internacional. Mauro Vombe, fotojornalista, disse ter valido a pena ter saído de Maputo para ver “in loco” o M’saho porque, segundo ele, carrega muita emoção e é uma maravilha. “Foi um festival muito bonito, equipara-se a festivais internacionais como o Bush Fire, da vizinha África do Sul, que acontece anualmente naquele país, e aqui nós temos de internacionalizar este evento”, defendeu Vombe. Paula Nhamtumbo, contabilista, acredita que o M’saho é cultura, é identidade e deve ser uma marca registada e conhecida internacionalmente. Por isso, desafia as autoridades da Cultura e Turismo para, tal como fizeram da timbila, património cultural, o façam do festival. “Já é tempo de as autoridades governamentais registarem o M’saho ou Festival da Timbila como uma marca registada e internacional, onde, para além de grupos de timbila local, participem grupos vindos de fora da província e de outros países”, disse.