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Observadores internacionais já trabalham em Inhambane

Data: 11/04/2017
Observadores internacionais já trabalham em Inhambane

A sub-equipa Militar de Observadores nternacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) niciou, durante o fim-de-semana, actividades na província de Inhambane, após a entrega de instalações onde esta deverá funcionar e apresentação oficial pelo chefe-adjunto da delegação governamental no diálogo político com a Renamo, Gabriel Muthisse.

Por: Adilson Virgílio / GP-I´bane

Nesta  província,  a  EMOCHM  vai funcionar  na  cidade  da  Maxixe  e  é composta  por  peritos  militares  do Governo  e  da  Renamo,  ou  seja,  16 oficiais (8 do governo e igual número da Renamo)  e  4  observadores provenientes  da  África  de  Sul, Botswana, Zimbabwe e Cabo Verde.

Falando na cerimónia de entrega das instalações à EMOCHM, o governador de  Inhambane,  Agostinho  Trinta, afirmou que acto marcava um passo no  processo  de  consolidação  da  paz efectiva em Moçambique.

Na  sua  intervenção,  Trinta  destacou que com a paz, o país continuará em franco  desenvolvimento,  pois  “só assim  é  que  as  pessoas  vão movimentar-se  do  norte  a  sul  sem medo”.

Por  seu  turno,  o  chefe-adjunto  da delegação  do  Governo,  no  diálogo com  a  Renamo,  Gabriel  Muthisse, referiu que a entrega dos escritórios à equipa de observadores militares, em Inhambane, mostra que estão criadas as  condições  para  o  início  da desmobilização  e  reintegração  social dos homens da Renamo.

Muthisse  afirmou  que  a  cerimónia marcava o início formal das actividades da  sub-equipa  da  EMOCHM,  em Inhambane, cuja missão reconhece ser complexa  e  delicada,  sendo,  por  isso, que  o  dirigente  apelou  aos  oficiais  a assegurarem  a  materialização  dos objectivos traçados, tendo em conta os 135  dias  estipulados  nos  respectivos termos de  referência do processo.

Gabriel  Muthisse  reiterou  que  a EMOCHM  tem  a  missão  de  observar , monitorar e garantir a  implementação do  processo  de  cessação  das  hostilidades militares no país, através da integração dos homens da Renamo na Polícia da República de Moçambique e nas  Forças  Armadas  de  Defesa  de Moçambique,  assim  como  reinserção social e económica destes e garantir que nenhum partido possa manter homens armados e nem armas de  fogo.

Muthisse  explicou  que  o  Governo disponibilizou  300  vagas  nas  Forças Armadas  de  Defesa  e  na  Polícia  da República  de  Moçambique  para integrar  os  homens  da  Renamo, esperando-se,  entretanto,  que  este partido avance o número dos homens existentes e as  respectivas  categorias.

Gabriel Muthisse garantiu, por outro lado,  que  para  os  homens  que  se mostrarem  indisponíveis  ou  inaptos para integrar as Forças de Defesa de Moçambique,  o  Governo  criará condições  para  enquadramento  em actividades económicas e  sociais.

A EMOCHM  foi criada à margem da Lei  número  29/2014  de  9  de Setembro,  que  aprova  o  Acordo  de Cessação das Hostilidades Militares e resulta dos  consensos alcançados no diálogo  político  em  curso  no  Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, entre o Governo da República de Moçambique e o partido Renamo para o alcance de estabilidade  política  e  preservação  da unidade nacional e da paz efectiva no país.

A equipa é composta por um comando central  e  4  sub-equipas  provinciais instaladas  em  Inhambane,  Sofala, Nampula e Tete, integrando oficiais das Forças  de  Defesa  e  Segurança  da República  de Moçambique,  elementos d a Renamo e observadores  provenientes de Botswana, Zimbabwe, África  do  Sul,  Quénia,  Cabo-Verde, Itália e Portugal.

A sub-equipa de Inhambane é chefiada pelo  Coronel  Nelson  Munjaranji,  do Zimbabwe,  tendo  como  adjunto  chefe da missão o Coronel Arthur Vusumuzi  Nhlabathi, da África do Sul, integrando José Neves, de Cabo Verde, Domingos Alface,  Tenente-Coronel  das  Forças Armadas de Moçambique, e Marciano Xichanga, da Renamo.