Observadores internacionais já trabalham em Inhambane
A sub-equipa Militar de Observadores nternacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM) niciou, durante o fim-de-semana, actividades na província de Inhambane, após a entrega de instalações onde esta deverá funcionar e apresentação oficial pelo chefe-adjunto da delegação governamental no diálogo político com a Renamo, Gabriel Muthisse.
Por: Adilson Virgílio / GP-I´bane
Nesta província, a EMOCHM vai funcionar na cidade da Maxixe e é composta por peritos militares do Governo e da Renamo, ou seja, 16 oficiais (8 do governo e igual número da Renamo) e 4 observadores provenientes da África de Sul, Botswana, Zimbabwe e Cabo Verde.
Falando na cerimónia de entrega das instalações à EMOCHM, o governador de Inhambane, Agostinho Trinta, afirmou que acto marcava um passo no processo de consolidação da paz efectiva em Moçambique.
Na sua intervenção, Trinta destacou que com a paz, o país continuará em franco desenvolvimento, pois “só assim é que as pessoas vão movimentar-se do norte a sul sem medo”.
Por seu turno, o chefe-adjunto da delegação do Governo, no diálogo com a Renamo, Gabriel Muthisse, referiu que a entrega dos escritórios à equipa de observadores militares, em Inhambane, mostra que estão criadas as condições para o início da desmobilização e reintegração social dos homens da Renamo.
Muthisse afirmou que a cerimónia marcava o início formal das actividades da sub-equipa da EMOCHM, em Inhambane, cuja missão reconhece ser complexa e delicada, sendo, por isso, que o dirigente apelou aos oficiais a assegurarem a materialização dos objectivos traçados, tendo em conta os 135 dias estipulados nos respectivos termos de referência do processo.
Gabriel Muthisse reiterou que a EMOCHM tem a missão de observar , monitorar e garantir a implementação do processo de cessação das hostilidades militares no país, através da integração dos homens da Renamo na Polícia da República de Moçambique e nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, assim como reinserção social e económica destes e garantir que nenhum partido possa manter homens armados e nem armas de fogo.
Muthisse explicou que o Governo disponibilizou 300 vagas nas Forças Armadas de Defesa e na Polícia da República de Moçambique para integrar os homens da Renamo, esperando-se, entretanto, que este partido avance o número dos homens existentes e as respectivas categorias.
Gabriel Muthisse garantiu, por outro lado, que para os homens que se mostrarem indisponíveis ou inaptos para integrar as Forças de Defesa de Moçambique, o Governo criará condições para enquadramento em actividades económicas e sociais.
A EMOCHM foi criada à margem da Lei número 29/2014 de 9 de Setembro, que aprova o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares e resulta dos consensos alcançados no diálogo político em curso no Centro Internacional de Conferência Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, entre o Governo da República de Moçambique e o partido Renamo para o alcance de estabilidade política e preservação da unidade nacional e da paz efectiva no país.
A equipa é composta por um comando central e 4 sub-equipas provinciais instaladas em Inhambane, Sofala, Nampula e Tete, integrando oficiais das Forças de Defesa e Segurança da República de Moçambique, elementos d a Renamo e observadores provenientes de Botswana, Zimbabwe, África do Sul, Quénia, Cabo-Verde, Itália e Portugal.
A sub-equipa de Inhambane é chefiada pelo Coronel Nelson Munjaranji, do Zimbabwe, tendo como adjunto chefe da missão o Coronel Arthur Vusumuzi Nhlabathi, da África do Sul, integrando José Neves, de Cabo Verde, Domingos Alface, Tenente-Coronel das Forças Armadas de Moçambique, e Marciano Xichanga, da Renamo.