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Para o presente ano lectivo: Inhambane pretende contratar 677 professores

Data: 11/04/2017
Para o presente ano lectivo: Inhambane pretende contratar 677 professores

Para o presente ano lectivo, as autoridades de educação na província de Inhambane pretendem contratar 677 professores dos cerca de 1200 que tinham sido previstos no plano de contratação de docentes, disse há dias o chefe do departamento de Planificação e porta-voz da Direcção Provincial de Educação e Cultura (DPEC) em Inhambane, Teixeira Chamusso.

Por: Bernardo Litingo / Boletim Informativo VUKANE. Edição: Nº. 76, Janeiro de 2015    

Segundo aquela fonte, a educação na província de Inhambane necessita de 1200 professores para 2015 para reduzir em 8 porcento a situação de horas-extras, contudo vão apenas contratar mais que a metade devido à exiguidade orçamental.

Para Teixeira Chamusso isso significa que o desiderato de reduzir o serviço extraordinário para aquela percentagem, não se vai alcançar, mas sim em percentagem muito baixa que colocará a educação em 20 porcento dos professores que estarão a leccionar em 2015 com horas-extras.

Adiante, referiu que com a diminuição da contratação daqueles profissionais não vai prejudicar o decurso do presente ano lectivo, porque as escolas têm vindo a funcionar com as horas extraordinárias e o segundo turno no caso do ensino primário de 1º grau. 

Aliás, não imagino que o sector poderá em algum ano funcionar sem horas-extras e sem segundo turno, porque como sabe, uma professora quando está de licença do parto, ora um professor quando está doente geram horas extra-ordinárias inevitáveis. E mesmo que tenhamos professores suficientes vamos continuar a tê-las, rematou.

De acordo com a fonte, o que é importante para que não haja constrangimentos mesmo com aquele serviço é preciso colocar o homem certo no lugar certo, como por exemplo, o professor formado em química tem que leccionar a química, o formado às letras tem que abraçar a área das letras, para além da idoneidade.

O porta-voz disse que as classes iniciais devem ser confiadas aos professores experientes e responsáveis, porque são estes que garantem as primeiras noções básicas que alicerçam o conhecimento do aluno.

Com a contratação daquele número de professores, a educação contará com o universo de cerca de 13 mil docentes, o que permitirá a educação continuar ainda com um défice de 20 porcento de professores a trabalhar em horas-extras ou em segundo turno.

 

Formação de professores

 

A educação na província conta com três institutos de formação de professores e uma escola de professores do futuro, por que funciona na cidade de Inhambane, virados à formação de docentes para leccionar o ensino básico que é de 1ª à 7ª classe.  

Essas instituições de formação movimentavam um pouco mais de mil formandos por ano contra acima de 800 actualmente.

A fonte avançou que a educação está a introduzir o novo modelo de formação de professores que é de 10ª classe mais três anos de formação psico-pedagógica que eliminará o de 10ª classe mais um ano. E nesse modelo, o formando à profissão de professor, vai levar mais tempo de preparação psico-pedagógica.    

As vantagens pesam mais ao formando, porque tem mais tempo de contacto com o formador nas aulas. Na componente teórica ele está frente-a-frente com o seu formador e na prática vai ter uma turma e um tutor para exercitar. Vai saber como deve ser transmitido o conhecimento, a forma de estar de um professor na sala de aula, para além de saber sua posição, a maneira como se deve lidar com as crianças, explicou. 

Quanto ao ensino médio, assim como o superior existem as Universidades Pedagógicas (UP) que num passado recente formavam professores de 12ª classe mais um ano e os de nível superior.

Já tivemos as formações de 12ª classe mais um ano administradas pelas delegações da UP em nível do país. E como formamos muitos e ainda não foram absorvidos, paramos para empregá-los, disse.

Além disso, a educação tem estado a encorajar os professores do ensino primário a continuar com os estudos, pois ao regressar da formação são colocados a leccionar no ensino médio, assim como no superior.

E contamos com os que saem das universidades pedagógicas que os contratamos para o sector da educação, assegurou.

Efectivos escolares

A educação em Inhambane vai ter em 2015 os efectivos escolares distribuídos pelos níveis do ensino. O primário subdividido em 1º grau com 270.487 alunos dos quais 63.735 serão novos ingressos com 6 anos de idade e 2º grau de 6ª a 7ª classe, que inclui cursos diurno e nocturno, com 75.948 crianças, sendo 39.835 previstas a ser matriculadas na 6ª classe vindo da 5ª classe de 2014.

No ensino secundário dividido em 1º ciclo de 8ª a 10ª classe contará com 74.222, dos quais 22.424 serão novos ingressos na 8ª classe e em 2º ciclo, terá 24 052 que metade será de novos na 11ª classe.

O ensino técnico profissional vai ter 4.532 formandos, dos quais 1.364 serão novos ingressos enquanto a alfabetização e educação de adultos contará com 54.379, sendo 42.303 de sexo feminino, que serão distribuídos em 222 centros.

E para formação de professores vai contar com quatro instituições com um total de 822 alunos dos quais 562 são novos.

 

Participação da rapariga na formação

 

No que toca a formação humana da rapariga, a fonte disse que tem como previsão a participação de 228.428 mulheres em todos os subsistemas. Desse número 70.596 serão novos ingressos nos diferentes níveis, como a 1ª, 6ª, 8ª e 11ª classe, incluindo nos institutos de formação de professores.

Segundo Teixeira Chamusso estes números, em termos de mudança do comportamento da sociedade em relação à educação da mulher, significam que as autoridades educacionais têm vindo a incentivar a sociedade para participar na educação da rapariga.

Veja só que para o ensino primário já atingimos a paridade, no ano de 2014 tivemos uma situação positiva de 51.5 porcento de participação da rapariga, o que significa que o sexo feminino era mais do que o masculino no ensino primário, justificou.

Referiu que isso significa que a participação global da rapariga de ano para ano tem estado a crescer. E explicou que essa a participação em 2015 vai crescer em 1.8 porcento em relação aos efectivos de rapariga que tinham sido arrolados em 2014.

 

 

Vagas para os alunos em 2015

Quanto às questões de vagas escolares, a fonte referiu que o assunto deve ser analisado em duas perspectivas. A primeira é aquela que é confortável à educação, porque se olha para província como um todo, então as autoridades educacionais garantem categoricamente a inexistência de problemas de vagas nesta parte do país.

A segunda perspectiva, na visão dele, é a que também suporta a primeira, que indica a existência das várias janelas abertas para o graduando da 7ª classe continuar a estudar, como o caso da formação presencial que é a tradicional, assim como a formação à distância.

Teixeira Chamusso apelou aos graduados da 7ª classe para que não se amarrassem simplesmente à formação presencial, pois a que está em exercício tem estado a revelar-se como uma modalidade com múltiplas vantagens, quer para o aluno que a está frequentar, quer para o professor que acompanha ao aluno, assim como ao sistema como um todo.

Se não vejamos, o aluno que frequenta o ensino à distância tem a possibilidade de fazer o ensino secundário sem largar os seus afazeres diários, é um ganho para ele, avantajou.

Explicou que o professor que assiste os alunos fê-lo de forma personalizada com a possibilidade de melhor acompanhá-los, diferentemente do ensino presencial que é desvantajoso, porque é de forma colectiva, num espaço de 45 ou 90 minutos.

Para além da formação colectiva designada como desvantajosa, o entrevistado indicou também os cortes constantes de energia, para os que optam pelo curso nocturno, e a circulação das crianças à noite correndo sérios riscos, como outras desvantagens.

Então, não queremos encorajar que as crianças olhem para o curso nocturno como uma alternativa que supera o Programa Secundário à Distancia (PSD). Na verdade, o aluno que se gradua na 7ª classe devia dizer que primeiro vou ao PSD, se não conseguir vou ao curso diurno presencial e em última estância poderei recorrer ao curso nocturno, aconselhou.

Indicando que felizmente, olhando para os números, sem avançá-los, desde que se introduziu esse programa, o sector de educação tem vindo a registar resultados promissores.

Teixeira Chamusso repisou que há vagas para o aluno frequentar o PSD que não tem limitação de vagas, como também há espaço no curso diurno.

Adiante, garantiu que se forem a somar as vagas que existem nas duas modalidades de formação acima referidas, não pode haver a razão de se falar de problemas de vagas.

Até posso arriscar dizendo que podemos funcionar neste 2015 sem curso nocturno, apenas com as duas modalidades, que são o PSD e o ensino presencial diurno sem que tenha problemas de vagas, defendeu, avançando a proposta de que os pais e/ou encarregados de educação deviam apostar no PSD, porque tem mostrado resultados positivos que se comparam com os do curso nocturno, para além de haver mais saída na formação à distância que a formação presencial.

Por exemplo, o porta-voz analisando comparativamente o aproveitamento escolar dos alunos que frequentavam a 10ª classe diurno presencial e os que frequentavam a 10ª classe a noite com os da 10ª classe do PSD, em 2014 obtiveram os melhores resultados nesta última modalidade com 95 porcento contra 71 porcento do presencial.

Encorajamos os nossos alunos para que apostem deste programa à distância. Nós temos os materiais, que são os módulos, que custam muito dinheiro para o orçamento do estado. Num ano, a educação investe cerca de quatro milhões e 500 meticais na produção de módulos para depois serem entregues gratuitamente ao aluno para poder se formar, referiu. 

Rede escolar

A educação na província de Inhambane vai funcionar neste ano com 801 escolas primárias, das quais mais de 70 porcento já leccionam a 6ª e 7ª classe.

Isso é muito bom, na perspectiva de que quanto mais escolas primárias introduzirem a 6ª e 7ª classe, contribuímos significativamente para a redução das distâncias que a criança deve percorrer para completar o ensino primário,referiu.

Para o ensino secundário, vai contar com 54 unidades, por causa de oito novas que vão ser abertas em 2015. E no ensino técnico o número vai subir de 11 para 12 com abertura de mais uma escola profissional em Massinga, enquanto a formação de professores manter-se-á com quatro unidades.

Teixeira Chamusso disse que desde 2005 têm vindo a implementar o programa nacional de construção acelerada de infra-estruturas escolares que inicialmente se focalizou para o ensino básico.

Constatando que há um congestionamento no ensino secundário, devido aos graduados da 7ª classe que passam para as classes subsequentes, transferimo-lo para o ensino secundário, realçou, referindo que, por exemplo, em 2014, construíram 74 salas de aula e mobilaram-nas por mais de oito mil carteiras, para além de bancos feitos com ajuda das escolas e parceiros.

As carteiras foram adquiridas através de dois concursos, um lançado no nível do ministério e o outro na província de Inhambane para adquirir 5125 unidades que custaram perto de oito milhões de meticais à DPEC.

Os bancos foram produzidos no âmbito da estratégia provincial com o lema “ Tirar nossas crianças do chão”, que iniciou em 2012, numa altura em que apenas 32 porcento dos alunos sentava no chão. Até finais de 2014 a fasquia subiu para 74 porcento e a meta é de que até 2018 nenhuma criança estude sentada no chão, afirmou.

Teixeira Chamusso adiantou que para 2015, a educação vai comprar cerca de oito mil carteiras duplas que serão ocupadas por um rácio de quatro crianças por dia, facto que multiplicando as quatro crianças pelo número de carteiras cerca de 32 mil crianças sairão do chão.

Como disse o entrevistado, a tendência será de crescer tanto em infra-estrutura como em mobiliário, porque nos cofres daquela instituição de formação humana retirar-se-á cerca de 56 milhões para as construções e cerca de 10 milhões para aquisição de mobiliário escolar.

Livro escolar

As autoridades educacionais para cidade de Inhambane receberam nos finais de Dezembro do ano passado, 742.580 livros, dos quais 512.670 servirão para os alunos de ensino primário de 1º grau e 229.910 para o de 2º grau.

A fonte informou que até a primeira semana de Janeiro o livro escolar estava nas sedes distritais com a orientação para ser distribuído pelas escolas para permitir que até o arranque das aulas, todos os pais e/ou encarregados de educação tenham o livro para os seus educandos.

O porta-voz salientou que o livro deve ser encapado ou plastificado e metido numa sacola, com a preferência a plástica. Nós temos estado a gastar de dinheiros na produção do livro que chega ao aluno gratuitamente , por isso gostaria de apelar aos pais e ou encarregados de educação para cuidá-lo bem exortou.

A fonte referiu que esse dinheiro poder-se-ia reverter para a construção de salas de aula e adquirição do mobiliário escolar.

Temos feito reposições em proporções alarmantes, o que não podia acontecer se os pais e/ou encarregados de educação se colaborassem com o sector de educação no ensino das crianças para conservar o livro, primeiro explicando a importância do livro, segundo o  entregando com a capa plastificada e na sacola, lamentou.

Salientou que anualmente, a educação em Moçambique gasta cerca de 25 mil dólares (cerca de 791 milhões de meticais) por ano para a produção do livro no exterior, pois no país ainda não há condições.